quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Pois é. É assim que falamos sobre o Hitler. Nenhum alemão esconde o que passou, mas isso não significa que eles queiram falar ou se lembrar sobre. Definitivamente, este não é um assunto que vai te fazer ser muito querido por aqui. Ninguém nunca me falou nada sobre a época, com exceção de uma senhora super simpática que conheci no trem a caminho de Munique. Eu acompanhava meus pais até o aeroporto e o trem estava em plena terça, por volta das 15 horas, estranhamente lotado. Entraram duas senhoras, faltando uma hora e meia para chegar em Munique e ninguém cedeu o lugar para elas. Eu e meu pai nos levantamos e pedimos para que elas se sentassem. Foi assim que começamos a conversar. Ela perguntou de onde eu era e respondi que era brasileira, mas morava em Ainring. Ela me olhou de um jeito estranho, como quem não tivesse acreditando ou não tivesse entendido e eu falei mais uma vez - até porque já estou acostumada em falar mais de uma vez a cidade que eu moro porque ninguém conhece (talvez por ser a penúltima cidade antes da Áustria e, portanto, a última se torna mais conhecida). Para minha surpresa, era a primeira opção: ela não estava acreditando porque ela também morou aqui quando criança e ficou abismada pela coincidência de conhecer alguém que mora na "cidade desconhecida". Durante a conversa, esta senhora me disse que a aldeia ao lado da nossa (10 minutos a pé) costumava ser o aeroporto do Hitler. Como vocês sabem, ele era austríaco e eu moro na divisa com a Áustria, então aqui é possível ver alguns lugares (abertos para turistas) que o bonitão(NOT) frequentava/gostava/utilizava.

Sempre penso no quanto me assusta o nível de maldade que o ser humano é capaz de atingir, mas a Segunda Guerra Mundial me fascina ao mesmo tempo que me aterroriza. Difícil explicar, mas tudo começou na minha infância/adolescência quando li o livro "O diário de Anne Frank". Quando fui visitar o esconderijo dela e da família em Amsterdam, fiquei apavorada e super emocionada. Bom, se tiver alguém que ainda não leu este livro, por favor, comece e quando terminar, vá até a Holanda e conheça tudo de perto. Vale muito a pena! Depois fui a um campo de concentração em Berlim e me emocionei de novo. Ai, gente. Para eu não perder o foco, vou voltar à minha região e deixar meu paradoxo pra um outro post, ok?

Pois bem, aqui tem mais pontos turísticos relacionados ao próprio Hitler do que às vítimas ou a guerra em si (não que um possa ser separado do outro, mas enfim), como, por exemplo, o Eagle Nest. Em alemão se chama Kehlsteinhaus e fica em Berchtesgaden. Esta casa foi construída como presente do partido nazista pelos 50 anos do Hitler. Gente, a casa fica no topo da montanha e o elevador para chegar até a casa é por dentro da montanha. Tem construção mais fabulosa? A vista lá de cima (e no caminho) é simplesmente maravilhosa.

Algumas fotos:


Vista de cima:


No caminho:


Também no caminho:


Eu turistando lá em cima:


A partir de agora, tentarei fazer o seguinte: o primeiro post da semana será sempre sobre o lugar que eu tenha ido no final de semana (e nos finais de semana em que eu ficar em casa, eu posto sobre algum lugar interessante que eu já tenha ido).



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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Na Alemanha você é o centro das atenções não só por um dia, mas por dois dias. Você é importante, é claro, no dia do seu aniversário e no dia do seu nome. Ah, a importância que você tem em um dia é um pouco diferente da do outro. Eu explico: no seu aniversário é festa, comemoração em que você ganha o presente. No dia do seu nome, quem ganha presente são os seus amigos. Sim, no dia do teu nome você tem que pagar uma rodada de bebida para todos os amigos que estão contigo.

Descobri isso no dia 5 de julho. Eu juro que nunca vi a mesa do restaurante tão cheia. Sabe quando você está em uma mesa com um casal de amigos e chega um outro amigo e se senta à mesa e um outro e um outro... Eis que alguém solta: "Letizia, você sabia que hoje é o dia do teu nome?" Na hora peço explicação para meu Schatz e fico sabendo que terei que pagar uma rodada de bebida para todos da mesa. Depois de um tempo, o amigo que comentou sobre ser o dia do meu nome se levantou para ir embora e eu falei: "Fique um pouco mais! Eu vou pedir uma rodada de bebida para todos!" e ele me responde: "primeiro veja na internet se o que eu falei é verdade." Cheguei em casa, entrei na internet e dia 5 de julho é realmente o dia das Letícias, ou melhor, das Letizias. Acho que ele me deu um desconto por ter descoberto naquela hora que não somente eu, mas meu nome, por mais estranho que pareça, também fazia aniversário.

Vou aproveitar o post para alertar as amigas:

Ana na Alemanha, seu dia é 26 de julho (Anna);
AWeidler, acho que comemorariam o dia do teu nome em 21 de novembro (Amalie);
Camila, dia 3 de março (Camilla);
Paola, dia 15 de dezembro;
Rafaela, dia 23 de fevereiro (Raffaela);
Nat, você tem dois dias: 27 de julho e 1º de dezembro (Natalie)

Hoje, dia 26 de agosto, é um ótimo dia para sair com Patrícia, Miriam, Teresa e Margarita. :)




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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Já respondo de prontidão: É!!

Gente, estou completamente apaixonada pela minha nova aquisição. Navegando na internet, li sobre um robô que aspira pó. Quando li os comentários, um mais elogioso que o outro - o que me deixou bem abismada porque alemão gosta de falar: "tem este e este defeitinho, mas é legalzinho!" - me deu mais vontade ainda de comprá-lo. Fiz o pedido pela internet no domingo e na terça, como meu brinquedinho não tinha chegado ainda, lá fui eu novamente aspirar o pó com o antigo. Quando eu estava no último cômodo da casa, como tinha que ser, o interfone toca anunciando que era a Post(Correios). Fui abrir a porta e... CADÊ A CHAVE? Fiquei bem uns 10 minutos procurando a chave e a cada segundo eu ficava mais tensa porque 10 minutos aqui é uma eternidade. Já imaginava por quais nomes eu estava sendo elogiada(NOT!) do outro lado da porta. Eis que o carteiro era novato. Que sorte! Então, ele ainda estava meio perdido e ainda bem paciente com as pessoas que não encontram suas próprias chaves.

Pois bem, as encontrei, abri a porta, pedi mil desculpas, assinei, peguei minha encomenda e entrei. Quando eu abri, o tamanho me assustou um pouco. Bom, ele é bem bonitinho, mas tem uns 32 cm de diâmetro. É bem grandinho, assim como o meu amor por ele.

Gente, liguei o robô e agendei para ele limpar a casa todos os dias (ele calcula quanto tempo leva) - inclusive aos finais de semana - às 8:30 da manhã. Ele sai da base sozinho, aspira a casa e quando termina, volta para a base sozinho. É ou não é apaixonante? Vi que eu estava em uma situação preocupante quando estava na cozinha, olhando para o robô e pensei: "putz, o rostinho dele está com poeira!" Por favor, alguém pode me dizer quem chama a frente de um aparelho de "rostinho"? Neste momento percebi que havia sido conquistada.

Ah, uma outra coisa que eu me lembrei agora: quando eu estava observando o robô aspirar, eu vi que tinha algo embaixo do sofá e ele não passava por lá. Então, continuei arrumando a cozinha e quando eu escutei que ele tinha voltado para a base (ele faz um barulhinho quando sai e quando volta à base), olhei embaixo do sofá e estava tudo brilhando! Ele passou por lá em algum momento! Fiquei despreocupda: ele realmente passa por todos os lugares!

Isso tudo só para dizer que eu suuuuuuuuuuuper indico o aspirador de pó-robô. Tinham alguns mais caros e outros mais baratos, óbvio, mas este era um dos que tinham mais comentários elogiosos e agora acaba de ter mais um!

Para quem se interessar, o que eu comprei é o IRobot Roomba 555. :)

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sexta-feira, 19 de agosto de 2011


É com alegria que digo que o verão se lembrou que a Alemanha existe! Desde ontem voltamos a ter dias de sol! Só faz calor durante o dia, mas está valendo. Ontem à noite choveu tanto, com tantos raios, que meu marido comentou comigo hoje pela manhã que eu o acordei várias vezes durante a noite com os pulos que eu dava. Eu me lembro de ter acordado uma vez com o barulho do trovão, mas meu marido disse que mais de uma vez ele teve que me tranquilizar dizendo que ele estava ao meu lado. Gracinha ele, não? Criança eu, não? Acho que foi a primeira vez que isso me aconteceu! Bom, vou me forçar a pensar que eu quis, inconscientemente, fazer um charminho. Porque assumir que eu tenho medo de trovão... Ahhhh, isso nunca! 

A felicidade que o verão me traz é relativa. Eu amo sol, mas é a estação do ano que tem mais inseto - o que eu detesto. Por falar nisso, aqui abelha e mosca são do mesmo tamanho que um boi (eu já disse que sou exagerada?) e as moscas são muito lerdas! No Brasil eu tentava matar e não conseguia - graças a Deus - e eu tentei uma vez aqui. Gente, como eu nunca consegui matar nenhuma na minha vida inteira, tentei aqui sem pretensão... "Por que fui fazer isso" foi a primeira coisa que me veio à cabeça depois de ver que a mosca estava sem qualquer movimento embaixo do papel. Quase morri. Não sei se por nojo ou por pena. Eu sempre tive dó de matar animais pequenos (grandes é óbvio demais para comentar). Me lembro de um dia, quando eu era pequena, que eu estava na janela da cozinha e tinha algumas formigas na água da louça recém-lavada. Fui salvando uma à uma e fiquei toda orgulhosa de mim mesma. Esta é uma daquelas bobagens gostosas de serem lembradas por quem viveu, porque para quem está lendo...

Bom, como eu disse, hoje o dia foi bem bonito e tive que enviar uma carta e os Correios ficam ao lado do mercado. Resultado? Comprei um pote pequeno de sorvete Häagen Dazs sabor doce de leite. Provei (comer 1/3 do pote é provar?) e eu recomento MUITO. É o melhor sorvete que já comi na vida! E olha que eu não como macadâmia, então nunca fui muito fã da marca. Por puro preconceito, confesso. Meu raciocínio: se eu não gostava do sabor que todo mundo gosta, porque não continuar com meu bom e velho sorvete sabor sonho de valsa da *Palato?

Fico feliz por ter quebrado este pensamento. Muito mesmo! E como ainda me restam 2/3 do sorvete, me desculpem, mas acho melhor finalizar este post!




*Sorveteria que contava com a minha presença toda semana, localizada na 309 norte de Brasília.  

terça-feira, 16 de agosto de 2011

No último sábado eu e meu marido fomos pra Salzburg (Áustria) e compramos nossas Trachten. Estávamos super empolgados porque haveria uma festa na cidade ao lado e seria nossa chance de usar a roupa típica daqui. Ao contrário do que muitos pensam, as pessoas ainda usam essas roupas. Claro que não tanto em cidade grande, mas como eu moro em uma aldeia, digo sem medo que é algo bem comum. Existem trajes pros dias da semana e pro domingo. O de domingo é um traje mais arrumado, por ser dia ligado à Igreja. Estamos em um estado extremamente religioso. Ninguém obriga ninguém a ir à missa, mas todos os feriados são muito importantes e comemorados por aqui. Uma coisa interessante é que o que conhecemos como dízimo, aqui também existe, mas é descontado diretamente do salário de quem se declara católico.
Eu sou de família católica, mas nunca fui de frequentar Igreja aos domingos e gosto de pensar que Deus está na bondade das pessoas e, por isso, não me declarei católica. Meu marido também não; afinal ele é budista, vindo de família evangélica.
Fechando este imenso parêntese e voltando à festa na cidade vizinha, não pude deixar de perguntar ao meu marido se sábado era um dia proibido de usar Trachten: todos os dias vejo várias pessoas usando, mas logo no sábado não tem uma alma viva com o traje típico. Nem as atendentes que sempre estão vestidas, neste bendito dia, não estavam. Resultado? Ficamos com vergonha de sermos os únicos, voltamos para casa, trocamos de roupa e voltamos à festa. Nós ficamos com vergonha porque pensamos que poderia parecer uma ofensa aos bávaros, já que ninguém da região estava caracterizado e os únicos gringos da cidade estariam. Em vez de parecer que estávamos abertos a viver a cultura da região, poderiam pensar que estávamos ridicularizando. Para não correr o risco de sermos mal interpretados, decidimos trocar de roupa. Nos trocamos e fomos para outra cidade (uma terceira cidade), porque descobrimos que estava tendo festa do vinho - Weinfest. Foi super divertido e, por volta das 22 horas, pudemos ver as primeiras pessoas com Dirndl e Lederhose. Quando eu conseguir usar minha Dirdnl, faço um post comemorando. Tomara que não demore, porque tenho a leve impressão que quanto mais perto do inverno, mais difícil será para eu usá-la...

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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Hoje é dia 15 de agosto de 2011, teoricamente o auge do verão, e até agora tivemos pouquíssimos dias de sol. Há pouco tempo comentei com amigos sobre o tempo ruim e eles disseram que verão será só em 2012. Eu estou começando a acreditar!

Ontem foi um desses pouquíssimos dia de sol e fomos fazer trilha na montanha. É uma delícia! Cansativo, mas compensa muito. Chegamos umas 17:40, mortos da caminhada sob sol forte e já nos arrumamos porque fomos convidados para uma festa de aniversário que estava marcada para às 19 horas. Aqui, se uma festa está marcada para às 19 horas, é às 19 horas. No Brasil temos o costume de colocar no convite meia hora antes do horário que realmente queremos porque todo mundo se atrasa. Ontem chegamos 19:10 e já estavam todos lá! Eu estava de vestido e um salto anabela e era a mais arrumada da festa. As mulheres estavam de tênis e outras com sandália e meia (vocês se lembram que o dia estava ensolarado, né? E nem vou comentar que a meia era preta). Parece que aqui não é muito comum as pessoas se arrumarem para uma festa de aniversário como nos arrumamos no Brasil. Também não é comum cantarem "parabéns para você". Aqui, as pessoas chegam no horário combinado, pegam bebida, depois de um tempo o jantar é servido, depois a sobremesa, por fim um café e depois todos voltam para suas casas. Não me entendam mal, é sempre super divertido! Não tem música (pelo menos nas festas que eu fui), mas o que deixa tudo fantástico é que não tem grupinhos separados. Aqui todo mundo conversa com todo mundo.

Na minha primeira festa, assim que cheguei aqui, aconteceu algo curioso: pedi água e a dona da casa pegou garrafa de água com gás e eu disse: "me desculpe, mas eu prefiro água sem gás". Ela me olhou com espanto e perguntou: "verdade? Você não quer água normal? Quer água da torneira?" Bom, para mim, o normal é água sem gás e aqui eu sofro um pouco com isso. Já escutei um garçom chamar água com gás de água normal, mas quando comentei sobre esta expressão com outros amigos alemães, eles disseram que nunca escutaram alguém chamar água com gás de Normales Wasser, por isso não posso generalizar. É algo regional ou até, quem sabe, apenas um jeito de falar daquela alemã.

Ainda sobre bebidas, existem outras diferenças: os alemães colocam gelo no vinho branco (a maioria prefere vinho branco ao tinto) ou então acrescentam água com gás (sim, na taça do vinho). Eu nunca fui muito de beber, mas aqui eu tenho uma certa dificuldade em negar bebida alcóolica. Não pelo gosto em si, mas caso eu queira bebida sem álcool, devo escolher entre água com gás ou suco de maçã. A minha dificuldade está aí: eu detesto os dois. Então, escolho sempre vinho tinto.

Ah, mudando um pouco de assunto, sábado compramos a Lederhose e mais um Dirndl para mim, mas falarei mais sobre isso amanhã!

Bom *feriado para vocês!



*Hoje é dia da Assunção de Maria (Mariä Himmelfahrt).

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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ontem à noite teve jogo do Brasil contra a Alemanha. Eu, meu marido e cunhado assistimos aqui em casa. Cerveja, pringles e paçoca prontas, então é só esperar o jogo começar. Sim, ontem comemos paçoca. Meu cunhado chegou em casa dizendo que tinha visto na internet que se bater no liquidificador leite condensado com amendoim (100g de amendoim para cada lata de leite condensado) e depois deixar na geladeira por 30 minutos, vira uma paçoca legítima! Tá, legítima não virou, mas ficou bem gostosinha! Dá para matar a vontade. Fica aí a minha primeira super-receita do blog. :)

Voltando ao assunto futebol, aqui é muito engraçado ver tela TV. Eu já havia percebido na copa do mundo ano passado, mas achei legal compartilhar com vocês: na Alemanha a contagem do jogo é corrida! No Brasil, por exemplo, acaba o primeiro tempo e aparece uma nova contagem com o número 2, indicando que é o segundo tempo. Aqui não. Deram os 45 minutos do primeiro tempo, ótimo. Agora, no início do segundo tempo, a contagem começará nos 45 minutos até os 90 minutos finais. Se você ligar a TV e tiver marcando 64 minutos, saiba que é normal e talvez valha a pena continuar a assitir, pois você ainda tem 26 minutos de jogo. Outra coisa que chama muito a atenção é o narrador. Ele não fala nada! Só os lances principais: gol, falta, cartão amarelo ou vermelho... Tirando isso, fica mudo. E você assistindo sem ouvir nada, aumentando o volume, dando uns tapinhas na TV pensando que é problema do teu aparelho e se perguntando: "cadê o narrador?" Pois é. Ele está lá em silêncio, paradinho, só esperando algum time fazer gol para ele se pronunciar.

*O placar? Tive que dormir e não vi! Pena, não?

*Brasil perdeu de 3 a 2.

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Agora eu estou ainda mais perto de me sentir uma legítima alemã: desde sábado eu tenho uma Dirndl! A minha é comprida (mais usada em dia de festa). Também tem Dirndl com o comprimento um pouco abaixo do joelho. Estou louca para ter uma festa na cidade e usar meu traje típico pela primeira vez! Próximo final de semana vamos procurar uma Lederhose (roupa masculina) pro meu marido. Aí não faltará nada!

Quando estávamos na loja, precisei de ajuda para experimentar a roupa porque estou com o braço enfaixado... Meu cunhado comprou Slackline semana passada e na terça eu caí em cima do meu braço. Fui ao hospital na quarta. Saí de lá com o braço enfaixado e com instrução para permanecer com a faixa por 5 a 7 dias. Hoje é o quinto dia e já não aguento mais! Mas já estou bem melhor. A pomada para dor é milagrosa! Ah, voltando à loja, a senhora estava me ajudando e disse: "como você não é casada, o laço fica no lado esquerdo. Caso você fosse, seria no direito". Meio sem entender, eu disse: "mas... Eu sou casada". Ela olhou para a minha mão direita e não viu anel. Ficamos as duas com cara de paisagem, quando meu marido falou: "No Brasil a aliança de casado fica na mão esquerda!" E foi aí que eu descobri que na Alemanha, quando a pessoa é casada, a aliança fica na mão direita. Algo que, sinceramente, nunca havia reparado.

Aliás, já escutei dizer que usamos o anel na mão esquerda porque é o lado do coração e é no dedo anelar porque acreditava-se ser o dedo com ligação mais rápida ao coração. Fofinho, né? Ainda com o lado romântico aflorado, hoje eu e meu marido fazemos 1 mês de casados! Como o tempo passa rápido!

Bom, tenho que parar por aqui porque meu braço já está quase pedindo "por favor" para que eu pare de escrever.

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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Gente, estou a-d-o-r-a-n-d-o ter feito um blog! Estava eu vendo o blog da querida Aweidler e fiquei sabendo por lá que está rolando um meme novo no mundo dos blogs: os blogueiros convidados devem postar sobre 9 coisas aleatórias que as outras pessoas não sabem sobre eles. Achei super legal a ideia! (momento carência on) Este é meu primeiro blog, meu quinto post e fui lendo e pensando: "que gracinha! De repente quando eu tiver mais tempo de blog, também serei convidada" (momento carência off) Sim, confesso que estava com uma invejinha, mas branca. Inveja branca é uma inveja boa, para quem não sabe. Nunca uso a palavra "inveja". Não sei bem o porquê, mas não gosto muito da palavra... Tá bom, sei sim e serei direta: é uma palavra forte para um sentimento ridículo. Enfim, continuando, achei muito legal não imaginar ver meu nome entre os convidados e, de repente, vir o "Scho schee" lá, brilhando! Adorei o convite e agora compartilho com vocês as tão esperadas:

9 coisas aleatórias sobre mim

1. Eu sinto cheiro de espirro: não são todos, gente. Podem espirrar em paz perto de mim. Não faço cara feia, nem nada (só prendo a respiração. Estou brincando! hahaha) Mas eu sinto cheiro de espirro.

2. Eu não gosto de beber nada em copo molhado: eu não sou louca nem fresca, prometo. Só não gosto de pegar o copo recém-lavado do escorredor, colocar água ou qualquer outro líquido e beber. Prefiro pegar um sequinho no armário.

3. Eu não sou uma mulher de verdade: Calma. Sou sim. O que me faz duvidar disso é que eu detesto (com todas as minhas forças) bater perna em shopping. Se eu tiver precisando de algo, vou para comprar o que eu preciso. Me chamar para andar em shopping de loja em loja, experimentando mil roupas é me matar aos poucos.

4. Eu como salada: com feijão. E ADORO. Aqui na Alemanha eu nunca mais comi. Gente, não tem nada melhor do que colocar a salada, TEMPERAR (balsâmico não pode faltar) e colocar uma, duas, três belas conchas de feijão por cima. Tô salivannnnndo! (retirei com louvor a imagem de fresca que vocês tinham até a informação número 2?)

5. Nunca saí à noite em nenhuma das minhas viagens: convenhamos: ou você viaja para conhecer a cidade ou conhecer a noitada da cidade. Eu escolho MIL vezes explorar cada beco do novo lugar. Adoro viajar, mas não gosto de sair à noite. Atrapalha minhas aventuras diurnas. Se você pensou que eu tenho idade mental de uma pessoa idosa...Parabéns! Você acertou bonito!

6. Não piso à grama: além de pinicar, não me custa nada dar alguns passos a mais e andar pelo caminho asfaltado.

7. Tenho problemas com músicas: eu adoro todo tipo de música. Todos mesmo. Porém, quem me conhece sabe que eu não tenho ritmo nem para cantar "atirei o pau no gato". Meu problema é tão grande que diversas vezes eu cantei uma música, emendei outra e achei que estava cantando a mesma. Minha irmã é prova viva disso. O bom é que rende algumas risadas. Ah, também não sei quem canta qual música, quem é o compositor e blablabla. Posso só contar uma coisinha? Minha família adora música e todo mundo sabe tudo sobre. Menos minha mãe. Adivinhem a quem eu puxei? Quando eu e minha irmã éramos crianças, meu pai ligava o rádio e perguntava quem estava cantando a música e quem acertasse, ganhava dinheiro proporcional à dificuldade em adivinhar, é claro. Cantores mais antigos valiam mais porque tínhamos, sei lá, uns 7 anos. Minha irmã é 11 meses mais velha que eu e sabia todos. Com o passar do tempo, minha irmã acertava tanto, que o dela valia 10 reais e o meu valia MIL reais. Um dia, ela me cochichou o cantor ou compositor para a gente dividir a bolada. Eu era tão ruim que é até óbvio falar que meu pai não caiu no nosso "golpe".

8. Não tenho sonhos: Juro. Eu não tenho sonhos. Eu quero viver tudo que eu puder, quero conhecer milhares de coisas conforme o andamento da minha vida. Não sonho em ter nenhuma profissão específica. Sou formada em direito e morando na Alemanha, é como se eu não tivesse diploma. E para quem está com o mouse no botão "fechar" ali no canto, eu digo: não ter sonhos dá uma flexibilidade incrível e você vive tudo com uma intensidade bem maior. Eu sou assim. Eu gosto de ser assim. Claro que às vezes fico um pouco perdida. O lado negativo é que eu sempre preciso de um empurrão, de alguém para me mostrar algum caminho a seguir. O positivo é que eu sei que se me ensinarem, eu aprendo qualquer coisa.

9. Eu tenho uma parte criança: ADORO tomar leite com sucrilhos e toddy (aqui eu uso ovomaltine). Adoro nutella e chocolates da milka também. Quando eu vou ao mercado só para comprar essas coisas e alguém que está atrás de mim no caixa me olha como quem diz "meu bem, você já passou dos 10 anos!" eu olho, dou um sorriso digno de uma super-mãe e digo: "As crianças adoram." Sim, eu finjo que tenho filhos.

Como comecei com blog agora, não conheço ninguém no mundo virtual (só a Amabile, mas como ela me convidou, não seria muito lógico eu a convidar). Então, convido a todos os que estão lendo este post e um convite especial, de coração, aos iniciantes no mundo do blog. Vocês estão convidados a participar do novo meme. Agora, mãos na massa!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sexta-feira foi um dia muito importante para mim: minha Aufenthaltsgenehmigung (autorização de residência/permanência na Alemanha) saiu!

O procedimento é relativamente simples: primeiro tive que ir a Rathaus da minha cidade para me registrar. Isso não tem no Brasil, mas aqui, quando você vai morar em algum lugar é seu dever levar passaporte e alguns documentos que comprovem que você mora na cidade - eu tive que levar minha certidão de casamento e o contrato do apartamento - a Rathaus para se registrar como residente. Depois disso, você recebe um formulário e deve levá-lo devidamente preenchido ao Landesamt. Chegando lá, só apresentei o formulário, meu passaporte, o passaporte do meu marido (que também é estrangeiro aqui e só tem autorização de permanência), uma foto biométrica e depois de 5 minutos já estava legalizada na Alemanha até 2013. Confesso que não sei se existem outros tipos, mas quando meu marido veio pra cá, ele recebeu a autorização de permanência com validade de 5 anos e, depois deste prazo, caso a renovassem, seria vitalícia. Como eu recebi minha autorização por ter me casado, o prazo do meu visto acompanha o prazo do meu marido.

Espero que eu tenha escrito o post exatamente como foi minha experiência: sem complicação!

Agora é só atualizar meu novo nome nos meus documentos!

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