sábado, 26 de novembro de 2011

Não existe. Então como acontecem as contratações? Com um contrato e nada mais.

Semana passada tive que dar algumas informações pessoais para os meus amigos da loja porque mesmo que eu só esteja ajudando por um mês, eu devo ter um contrato de trabalho como qualquer outra pessoa. Caso contrário, se chegar alguém fiscalizando e não estiver tudo certinho, o resultado será muita dor de cabeça para os donos do estabelecimento.

O legal daqui é que você não é obrigado a ter um documento comprovando que você tem conhecimento em uma determinada área. Se você souber muito da área, você pode ser contratado. Claro que se você souber muito sobre doenças, você não poderá se tornar um patologista, mas caso você entenda muito de programação e não tenha nenhum curso que comprove seus conhecimentos, você terá chance de provar que entende na tua entrevista de emprego e estará sim, concorrendo à vaga oferecida.

Como já falei, aqui não existe carteira de trabalho. Você entra e assina um contrato. Ótimo. E quando você quiser trocar de emprego? Fácil! Você sairá do antigo com uma carta escrita pelo chefe da empresa (ou responsável por isso) e, dependendo do que estiver escrito nesta carta, ela poderá te ajudar (ou dificultar) a encontrar um emprego futuro, pois o chefe poderá escrever coisas boas ou não escrever muito: tudo dependerá do que você fez durante o período em que esteve na empresa.

Explicando melhor, a carta deve conter as principais atividades realizadas pelo trabalhador. Se não tiver mais nada escrito, só a relação das atividades, já está meio que implícito que o trabalhador não fez diferença na empresa, o que não será bem visto pelo próximo empregador. Agora, se além da lista das atividades o chefe escreve algum elogio em poucas palavras (por exemplo: fez os custos diminuírem, aumentou as vendas em x%...), aí sim o contratado será visto de uma maneira diferente pelo futuro empregador. E se ele for demitido? Também receberá a carta de recomendação e pode ser que conste o motivo da demissão, mas não é obrigatório (até para a empresa não se expor). Então, tudo dependerá da "emoção" que o chefe passará com a carta. Encontrei um site em alemão que ajuda a interpretar as frases escritas pelo chefe e conto para vocês:

Será muito bom quando estiver escrito algo como:
"Nós ficamos em todos os sentidos extremamente satisfeitos com o seu trabalho".(A ideia era colocar só um exemplo de cada nível de satisfação do chefe, mas não quero que vocês pensem que "extremamente" é a palavra-chave de uma carta de recomendação muito boa. Por isso, coloco aqui mais um exemplo:)
"Fulano concluiu todos os trabalhos repassados a ele satisfatoriamente".

Será bom quando estiver escrito algo como:
"Nós ficamos muito satisfeitos com o trabalho de Fulano"

Será satisfatório (normal) quando estiver escrito algo como:
"Fulano atendeu nossas expectativas em todos os sentidos."

Será suficiente quando estiver escrito algo como:
"Nós ficamos satisfeitos com o trabalho de Fulano."

Será ruim quando estiver escrito algo como:
"Fulano sempre estava interessado no assunto"

Será insuficiente quando estiver escrito algo como:
"Fulano demonstrou saber sobre o trabalho"

Eu sei que em português parece ser mais ou menos tudo a mesma coisa, mas essas diferenças - aparentemente mínimas - contam muito para o seu próximo emprego na Alemanha. Percebam que ter uma carta de recomendação "ruim" é melhor do que ter uma "insuficiente".

Agora tenho que ir! Ah, está complicado postar nos dias certos, mas prometo me esforçar mais! Desejo um ótimo final de semana para vocês!



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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ai, gente! Sei que estou demorando muito para postar, mas minha vida agora está uma loucura! O curso de alemão acabou na sexta e há algum tempo já havia combinado com uns amigos de ajudá-los no mês de dezembro. Eles têm uma loja e precisariam contratar alguém porque época de natal é cheio e perguntaram se eu não gostaria de trabalhar com eles. Não tive dúvidas de que esta parceria seria boa para mim também, afinal escutar alemão toda a hora e ser obrigada a falar me faria muito bem!
Hoje foi meu primeiro dia e foi super bacana! Saí daqui 8:20 da manhã e voltei 18 horas. Na hora do almoço fomos em um restaurante grego e meu amigo me apresentou para outro amigo dele e falou que eu era do Brasil, formada em direito. Olhem o babado: o sobrinho de um amigo dele fez faculdade de direito aqui também (6 anos de curso) e tentou a prova (tipo OAB) e reprovou. Tentou mais uma vez e reprovou novamente. Pronto, a vida do guri acabou. Por que? Porque aqui só pode fazer 2 vezes a prova! Se não passou, já era. Não pode mais fazer a prova em nenhum lugar da Alemanha. O QUÊ? Ele perdeu 6 anos da vida? Sim, perdeu. Agora terá que fazer outra faculdade porque o diploma de direito não tem como se aproveitado.
Tirando isso, tive que embalar para presente algumas joias e, como diz minha sogra, descobri que tenho duas mãos esquerdas! Gente do céu, se eu dependesse de, sei lá, fazer artesanato para sobreviver, eu estaria lascada!! E pior que eu acho tão bonito alguém que tenha habilidades manuais! É uma pena, mas hoje eu vi que eu não tenho. Ah, detalhe: o casal de amigos que eu estou ajudando é hiperativo (tanto o homem quanto a mulher)! Tudo bem que eu sou meio baiana, mas... Ah, vocês conhecem aquela piada do baiano que estava deitado na rede e perguntou pro amigo se ele tinha remédio para picada de cobra e o amigo respondeu que não tinha e perguntou: "por que? Você foi picado?" E o baiano responde: "Não, mas tem uma cobra vindo na minha direção". Pois é, como eu já disse, eu tenho o espírito baiano. Agora me imaginem trabalhando para um casal hiperativo? Ai, sempre fico na tensão, querendo fazer tudo certo e imaginando que eles est&atide;o me achando lenta e adivinhem? Consigo ficar mais lenta ainda.
Queridos, tenho que sair agora. Marquei de jantar com meus chefes/amigos às 19:45 e são 19:36. Para eu não chegar mais atrasada ainda, tenho que parar agora. Só não queria ficar mais um dia sem postar nada no blog.
Beijos e boa semana!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

E os filmes na Alemanha, como são? Não têm legenda porque são dublados. Todos? Todos. São raros os cinemas que passam filme na língua original. Eu, como uma estudante de alemão, adoro! Agora, pensando como uma nativa... Já não gostaria tanto. Os únicos filmes dublados que eu vejo - e até prefiro - são os animados (tipo Shrek, A era do gelo e etc) e ponto final!

Na Suíça são quatro línguas oficiais. Nunca fui ao cinema lá, mas Schatz conta que se o filme está dublado em uma das quatro línguas, tem legenda das outras três. Deve ser uma loucura! Eu imagino as legendas ocupando todo a tela, chegando até a atrapalhar a compreensão da história. Ah, mas eu tenho uma imaginação fértil!

Os filmes têm censura religiosa por aqui. Não pode falar mal da Igreja em hipótese nenhuma. Minha professora do curso falou que já viu um filme em Londres e quando voltou pra Salzburg viu o filme mais uma vez e surpresa: faltava uma parte!! Faltava exatamente porque falava mal da Igreja. Claro que eu quis saber sobre a cena e conto ela agora para vocês: um homem estava em um barco (eu imaginei tipo de pesca) e exclamou algo. Logo depois da exclamação ele escuta um trovão daqueles violentos! Daí ele olha pra cima e diz: "desculpa". Pronto! Esta era a cena. Dá para acreditar que uma coisa tão bobinha dessas tenha sido alvo de censura? Pois é! Por falar nisso, os religiosos também pagam impostos: 1% do salário na Áustria. Aqui na Alemanha é um pouco diferente: 3 ou 3,5% descontado da folha, caso a pessoa se declare católico.

Outra coisa interessante é a obrigatoriedade de pagar o que eles chamam de contribuições. Se você mora na Alemanha e tem computador, rádio ou televisão, paga-se esta taxa de contribuição. Pagamos 17,98 euros por mês e podemos ter uma televisão e um computador que acessa a internet (pelo mesmo preço poderíamos ter uma televisão e um rádio ou uma televisão e um celular que capta rádio). Sim, gente. Precisamos declarar quando temos celular que capta rádio. E caso nós não tivéssemos TV, nem rádio, nem computador, nem celular, mas tivéssemos rádio no carro? Paga a taxa de contribuição do mesmo jeito. Pensem assim: escutou, pagou! Se tiver mais de uma TV em casa além de rádio e vários computadores, você paga um valor por cada um que você tiver, mas nestes casos, têm desconto. Na Áustria você pagaria 47 euros/mês e poderia ter quantos equipamentos quisesse. Por que isso? Porque é com este dinheiro arrecadado que a televisão pública sobrevive. Devo dizer que não passa nada de bom nos canais abertos - acho que é mundial, né? A única vantagem que eu vejo na TV aberta é que depois das 20h não tem mais propaganda! É um programa emendado no outro. Aliás, pouquíssimas propagandas daqui são boas. Eu adoro ver no Brasil, mas aqui...

Outra contribuição que me deixou de queixo caído foi esta: quer ter cachorro? Ótimo! Cinco euros/mês a menos na tua conta pelo simples fato de você ter um cachorro. Esta taxa é para manter a ordem. Claro, porque teu cachorro vai sujar a rua com o adubo cocô dele (sem eufemismo). Ok, eu não engulo o argumento "para manter a ordem" porque se o cachorro fizer cocô na rua e você não recolher (lembre-se: o cachorro é seu!), você pagará multa - o que eu acho plausível, óbvio, mas, para mim, a multa deveria descartar a contribuição.

Sabe que este post me fez pensar em uma coisa? Acho que Schatz se esqueceu que com o casamento veio também o meu computador, o meu itouch e o meu celular... Conto pessoalmente ou escrevo um bilhete?

Ah, a fiscalização pode tocar a campainha a qualquer momento, viu? Sempre bom ter tudo certinho!




Errei no último post! O número do azar é o mesmo que o nosso: o 13. Eu entendi 30 (dreißig) e não 13 (dreizehn), mas hoje eu perguntei e descobri o certo. Não tem a fileira 13 nos aviões! A pronúncia dos dois números não é muuuito diferente - ainda mais quando são outros estudantes estrangeiros falando. A professora não corrigiu porque eu só fiquei abismada. Então eu acho que ela deve ter pensado que eu estava abismada por não ter a 13ª fileira e não por ter entendido o número errado. Bom, para quem vai ler o último post pela primeira vez, desconsidere esta mensagem porque ele já está corrigido!



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O estranho não é o post sair no dia e horário certos, gente!

Eu descobri uma coisa suuuper curiosa na aula de alemão de terça-feira. Já comentei aqui o tema da aula: era viagem e meios de transporte. A professora fez várias perguntas e tivemos que responder (era tipo um quiz) e quem acertava ia marcando pontos. Estava correndo tudo bem até vir esta pergunta: "No avião tem 30 fileiras. Por que a última é a 31ª e não a 30ª?" Eu, a única não-europeia do pedaço, comecei a pensar em 200 mil coisas. Me lembrei desses testes de QI que recebemos por e-mail, sabem? Pois bem... Segurem o coração para a resposta do eslovaco: "É porque a 13ª fileira não existe". A explicação dele era que do número 12 pulava pro 14. O que eu pensei? A única coisa plausível:




Agora era a minha vez de responder. Não tinha a mínima ideia, mas falei que o problema estaria na primeira fileira e não na 13ª. Ok, agora era a vez do tcheco. Eis que ele responde: "Porque não tem a 13ª fileira". Ah, que isso! Impossível um avião não seguir a ordem correta dos números. Segundos depois eu vejo a professora marcando ponto para cada um dos meninos. Perguntei o motivo, falei que não tinha lógica! E ela me olhou como se eu fosse um ser de outro mundo e falou: "Você não sabia que não tem a fileira número 13 nos aviões? Este número dá azar!" CATAPLOFT (barulho do meu corpo caindo no chão). Para, gente. Alguém já percebeu isso? É realmente verdade?? Em um avião não tem a fileira 13 PORQUE DÁ AZAR? Ela continuou dizendo que na Ásia o número que dá azar é o 4. Nos elevadores dos prédios não tem o 4º andar. É tipo criança que está aprendendo a contar, sabem? 

- "Vai, filha! Conta até 5!" 
- "1...2...3...CINCO!"

Uma vez eu e minha irmã viajamos e conhecemos uma garota, Dani, e ficamos super amigas na viagem. Ela morria de rir da gente e dizia: "Vocês são muito expressivas! É muito engraçado!" Me lembrei disso porque meu rosto COM CERTEZA me denunciou. Eu estava de fato pensando no quão estranho estava o assunto, mas eu iria ficar calada até que eles interpretaram minha feição (cadê a dificuldade?) e me perguntaram se existia superstição no Brasil. Eu respondi que sim, algumas pessoas têm problemas com gato preto, quebrar espelhos, passar por baixo de escada, etc, etc e também com o número 13, conhecido como o número do azar, mas nem por isso nós ignoramos o 13 completamente. Ele está presente nos elevadores dos prédios que têm vários andares e não temos maiores problemas. Estou certa ou estou doida?

Fica o apelo: a próxima pessoa que viajar de avião repare nisso e me conte, por favor? Aliás, tirem foto e me mandem? Estou em uma situação tão complicada que se passar sobre "A falta da 13ª fileira nos aviões" no Globo Repórter eu não acreditaria em nada. Tenho que ver com meus próprios olhos!

No máximo em janeiro, quando eu viajo ao Brasil, saberemos se os europeus são mesmo tão supersticiosos assim!

Bom final de semana, queridos!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Vamos fingir que hoje é terça? Então está combinado!

Eu estou morta desde segunda! Meu primeiro dia de curso foi exatamente na segunda, às 13 horas. Fui procurar horários de trem e o melhorzinho sairia daqui 12:23 e chegaria em Salzburg 12:42. Seria ótimo se eu não tivesse que andar meia hora da estação de trem até o lugar do curso. Ou seja, o trem de 12:23 estava descartado. O que sairia logo antes dele era o de 11:23 e chegaria em Salzburg 11:42 e foi exatamente este que eu peguei. E quem disse que eu consigo almoçar antes das 11? Não dá! Ah, detalhe: eu acordo umas 7:30, então tomo café da manhã cedo. Quando a aula acabou às 16h, ainda fui me encontrar com uma amiga em uma cafeteria. Na verdade, foi a primeira vez que saímos só nós duas. Ela trabalhava na clínica com meu cunhado e me mandou mensagem perguntando se eu gostaria de me encontrar com ela. Sempre nos demos muito bem e aceitei o convite. Tudo fluiu tão legal que voltei para casa umas 20:30 e cadê que eu tinha almoçado? Eu já estava com o corpo mole. Por que eu não comi na cafeteria? Porque eu tomei um capuccino e eu não sei quanto a vocês, mas quando eu estou com MUITA fome, se eu comer uma balinha que seja, minha fome passa (adormece, porque depois de um tempo ela já dá sinais de novo). Enfim, cheguei em casa e percebi que eu estava com uma fome de urso (é o que alemão diz quando está com muita fome - Ich habe einen Bärenhunger) e fui comer. Só deu tempo da última colherada e eu percebi que se eu ficasse 2 minutos sem fazer nada, eu acordaria só no outro dia. Ok, mas eu ainda tinha o dever de casa para fazer. É, gente... Agora eu tenho dever de casa e intervalo novamente! Eu fiz os exercícios antes de dormir, mas já deitada na cama. Por falar nisso, acho que eu comecei fazendo em uma página e quando o espaço acabou, em vez d'eu continuar escrevendo no verso da página, eu comecei em uma nova! E o pior é que entreguei assim mesmo. Bom, hoje passarei vergonha saberei se eu realmente fiz isso.

Só para contar bem rapidinho sobre o curso, eu estou adorando! Somos três alunos no total (o ideal é turma pequena mesmo!): eu, um tcheco e um eslovaco. Eles são bem legais, mas é claro que não sei muito sobre eles. O tema da aula de ontem foi viagem e o eslovaco falou que a Eslováquia é um caos!! Estradas cheias de buracos, o trem não funciona e o melhor meio de transporte para viajar é o carro ou (pausa dramática) Ryanair. Quem já viajou com a empresa, sabe: é horripilante!! Eles te dão a opção de pagar para reservar o lugar, mas não tem lugar marcado - complicado para quem não está viajando sozinho -, o máximo de bagagem é 15 quilos (quem viaja para europa com uma bagagem de só 15 quilos?) e se você tiver duas bagagens, você tem que pagar pela segunda. Até aí tudo bem. O problema é que cada uma das duas têm que ter 15 quilos. Não pode ser 10 quilos em uma e 20 quilos na outra. Você pagará excesso de bagagem pelos 5 quilos excedentes mesmo que estejam "faltando" 5 quilos na primeira. E paga-se 10 euros por quilo acima do limite permitido. Bom, eu já tive a experiência e não foi boa.

Agora um pouco de Flohmarkt, né? Gente, fui pela primeira vez no domingo passado. Não sei como é em outros lugares, mas aqui é no primeiro domingo de cada mês. É uma loucura!! Eu tive a impressão (e é realmente o que acontece) que os alemães pegam tudo o que estava no porão há anos, tudo o que quer jogar fora, mas deu fadiga (ou pela separação do lixo ou por ter que pagar para jogar fora - acontece com pneus, por exemplo) e leva tudo para o Flohmarkt, que significa "mercado das pulgas". O original surgiu nos arredores de Paris e leva este nome porque roupas também são vendidas no mercado e muitas vezes vinham com um brinde: pulgas. Bacana, não? Eu não comprei nada (por que será?), mas tirei algumas fotos para vocês saberem como é. Ah, acontece sempre em um lugar grande e aberto. O de domingo aconteceu no estacionamento do supermercado da cidade.

Dá a impressão que estava vazio, mas não estava! O estacionamento é muito grande. Ah, gente.. Para uma aldeia de 4 mil habitantes, a cidade inteira estava lá!



Roupas e algumas pulguinhas:


Nem comentei: eles pegam o carrinho de compras de mercado e vão andando pela feira colocando o que compraram no carrinho. Como se fosse em supermercado mesmo. Devo confessar que achei farofada.


Nem só de críticas vive um Flohmarkt! Algumas coisas eram bonitinhas e também vendiam máquinas fotográficas e filmadoras muuuito antigas (e funcionam!), o que eu acho interessante.

Eu achei super legal ter ido uma vez para conhecer, mas eu não compraria nada em um Flohmarkt. Imaginem eu comprando uma pulseira linda lá(difícil) sem saber que a dona anterior a deixou cair 300 vezes no vaso sanitário? E eu achando que estou arrasando com a pulseira no pulso? Não, não! Usar algo que um desconhecido usou muito tempo e eu nem sei a procedência, não é comigo. Me dá agonia, não sei.

Agora eu tenho que ir me preparar para o terceiro dia de aula!

Beijos!

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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Adivinhem o que eu e Schatz fizemos no feriado (dia 1º de novembro. Dia 2 é dia de trabalho normal!)? Sim! Conhecemos outra Alm! Vocês já perceberam que a gente adora caminhar nas montanhas, né? Gente, é uma delícia! Quando você acha que está morrendo, que não consegue dar nem mais um passo, você vê a casinha no meio do nada quase que sorrindo para você, te convidando para tomar uma cerveja e comer um bom Speck (bacon!). Foi exatamente isso que aconteceu: quase morri, mas cheguei, comi e foi tudo uma delícia. Tirei fotos da comida também! Nunca comentei, mas estamos na última época de curtirmos as Almen: elas não funcionam no inverno. Por aqui ainda não está ruim: estamos com 10 graus positivos e com sol. São dias bem bonitos. Parece que no final de semana fará 20 graus e, por enquanto, não temos nada programado - se bem que eu acho ótimo ficar em casa também. Sou uma jovem idosa, vocês sabem!

Bom, nosso destino do feriado foi a Áustria, para variar. É um país muito bonito! A montanha que fomos é bem pertinho daqui: uns 30 minutos de carro. Eu quase desisti no início da caminhada: era só subida e eu não conseguia respirar direito! O ar era tão gelado, que ardia meu nariz e eu até lacrimejava. Despois de poucos minutos o meu sensível nariz parou de frescura e consegui respirar sem sentir o incômodo do ar gelado. A paisagem estava incrível! Algumas árvores ainda estão com folhas e estava uma mistura super bonita de árvores com folhas verdes ao lado de outras com folhas laranja, vermelhas e outras até sem folhas. Para te ajudar a imaginar:

Na metade do caminho, vi uma placa. Me lembrou muito "Alice no país das maravilhas" na parte do chá maluco, sabem? Olhem o motivo:


Olhando a placa, eu só sei que tem algo naquela direção. Agora, o que é que tem lá, já é outra história... Aliás, podem seguir, viu? É a Alm! :D


Mais algumas fotos:


Quase lá!!


Nos sentamos e primeiro perguntam o que você quer beber. Respondi "Pils", uma cerveja fraquinha que eu sempre peço. O que eu escuto? Não tem. Só tem Helles ou Weizenbier. A primeira eu acho gostosa, mas se eu beber um copo inteiro, já chamo urubu de "meu louro". Não fico muito bem, tenho que confessar. A segunda tem gosto de cravo. Gente, eu não como o cravo nem do beijinho (o doce de festa de criança), vou pedir uma cerveja com gosto de cravo? E alemão é meio desesperado: se todo mundo da mesa está fazendo o pedido e você ainda não tem certeza (como era o meu caso), fale qualquer coisa porque se demorar, já vai ter olho feio para cima de você! Aqui é pá pum! Depois que eu percebi que o povo fica meio impaciente se eu falo um: "não sei.. Deixa eu pensar...", observo se todo mundo fez o pedido e caso eu não saiba o meu ainda, sou capaz de falar quase que gritando: "o segundo item da terceira página do cardápio!!!!!" só para não ter que ver os olhares alemães me fuzilando! Quando a garçonete respondeu que não tinha Pils e eu fiquei pensando, meu marido, para me dar tempo de pensar, foi falando o que ele queria beber. Chegou minha vez de novo e eu ainda não sabia qual era a de cravo e qual não e só respondi: "dois, por favor!" Pronto! Fim do meu desespero!

Enquanto esperávamos as bebidas, já fomos escolhendo o que iríamos comer. Ah, não sei se já contei aqui, mas é MUITO normal, caso o lugar esteja lotado, alguém que não te conhece pedir para se sentar contigo (aconteceu com a gente várias vezes!). É bem tranquilo em uma Alm; em restaurante, não. Me lembro de um dia em que eu e meu marido (início de namoro ainda) fomos almoçar juntos e tinha um casal comendo em uma mesa para 4 pessoas. Meu marido foi lá e perguntou se a gente poderia se sentar junto com eles. Gente, isso aconteceu em Brasília!! Eu só não falei: "desculpem, ele é gringo" porque ele perguntou em português e sem sotaque.

Voltando ao assunto, chegou a hora de fazermos o pedido. Eu e Schatz dividimos um Strammer Max - uma fatia de pão, um Leberkäse, bacon frito e dois ovos fritos. Estou nos EUA? Ah, gente. Eu A-D-O-R-O e comer essas coisas me faz pensar na minha mãe, que é toda natureba! Coitada... Certeza que ela bloqueou meu blog. Bom, nossos amigos alemães (os que eu estou ajudando na loja!) pediram um Speckbrot - pão com bacon por cima e ainda pediram uma Kaspressknödelsuppe ou Kasknödelsuppe e estava muito gostoso, motivo pelo qual eu e Schatz também pedimos depois de comer o Strammer Max. Na verdade, a sopa é meio sem graça, mas o Knödel era recheado de queijo e estava simplesmente uma delícia! Aí pedimos a sopa para comer o Knödel. Tenho foto de tudo!


Strammer Max (esquerda) e Speckbrot:


Kaspressknödelsuppe:


Gente, parem de reparar nos detalhes! Fui "pescar" o Knödel e eu me lembrei que queria tirar uma foto e ele caiu, sujando o prato de sopa. Sou fina e elegante, não? E para quem está satisfeito só de olhar as fotos e pensando: "se ela tiver ficado 3 dias sem comer, eu compreendo", você está enganado! Ainda teve sobremesa. Calma, mãe! Foi uma para todo mundo! Pedimos uma Kaiserschmarrn, que é uma "massa frita na frigideira (com farinha, ovos, açúcar, leite, manteiga, casca de limão e passas), servida aos bocados pequenos" (explicação do Wikipedia) :


Tudo bem, confesso que não contei a verdade inteira! Ainda tinha uma geléia de damasco (Aprikose). E juro que não comi mais nada o dia inteiro! Cafezinho não conta, né?

Antes da caminhada de volta, fui ao banheiro e olhem o que eu vi na porta:



Tradução da esquerda para a direita: "Errado" - "Quase certo" - "Certo". É demais, né? Alguns banheiros de Alm são muito engraçados! Uma vez eu e Schatz fomos em um que o chão era de vidro que dava direto para o chiqueiro. Daí enquanto eu usava o banheiro, ficava vendo o porquinho passando na lama. Bizarro/divertido.

Agora tenho que ir! Como assim fazer o quê? Comer, oras!

Bom final de semana, queridos!

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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O post desta semana está saindo um pouco mais tarde porque nossos amigos alemães têm uma joalheria aqui e eles se mudaram para uma loja maior, o que está rendendo muito trabalho. Me ofereci para ajudar na segunda e eles gostaram tanto da minha ajuda(oi?) que me pediram para ir a semana toda para ajudá-los com a mudança. Durante uma conversa, nosso amigo me perguntou se eu gostaria de ajudá-los na época do natal porque sempre tem muita gente. Claro que eu aceitei! Primeiro porque são amigos bem próximos e segundo porque é uma ótima oportunidade para eu treinar o alemão!

Coincidentemente, eu já tinha me decidido por fazer um curso de alemão e quarta foi minha prova oral. A prova é bem tranquila, é só um conversa para saberem em que nível você está. Eu farei o curso em um lugar chamado Inlingua. Acho bem legal a forma como eles trabalham: para quem já tem conhecimentos na língua que deseja cursar, as aulas começam todas as segundas, basta você escolher a melhor para você. E não tem tempo fixo: o mínimo é 2 semanas de aula e o máximo não é estipulado. Eu achei uma maravilha, mas não acho barato: 2 semanas custam 480 euros, 3 semanas 665 euros, 4 semanas 815 euros e a partir de 5 semanas fica 192 euros cada uma. Não é barato, pois tem curso na Volkshochschule que custa menos de 300 euros por mês. A única coisa ruim é que é só para inciante ou preparatório para o exame de proficiência em alemão e infelizmente não me encaixo em nenhum deles. Minhas aulas começarão na segunda e será em Salzburg - Áustria (é bem pertinho daqui!).

Falei isso tudo porque no caminho para a estação de trem, depois de responder "oi" para todas as pessoas que cruzaram o meu caminho, me veio a ideia para este post: aqui na Alemanha todo mundo se cumprimenta! Na verdade, não percebi isso quando estive em Berlim, mas é até injusto comparar costumes de uma cidade tão turística com os de uma aldeia.

Existem muitas formas para cumprimentar outra pessoa. Você pode falar "servus", hallo ou Grüß dich. Este último tem outras formas: Grüß euch quando a pessoa que você for cumprimentar estiver com mais alguém e você vai cumprimentar todas as pessoas de uma vez só ou Grüß Gott, que é mais formal, utilizada principalmente para cumprimentar pessoas mais velhas. Todas elas significam algo como "cumprimentos de Deus" e é muito utilizado em cidades religiosas, como aqui. Outra forma de cumprimentar (e também se despedir) é batendo três vezes na mesa. Engraçado, né? Sei que fazem assim na Bavária! Um dia eu estava em um restaurante com mais uns amigos (éramos 6 pessoas no total) e chegou uma conhecida nossa que, para não cumprimentar cada um de nós, bateu 3 vezes na mesa. Sabem quando você vai visitar alguém e não tem campainha e só te resta dar "uns cascudos" na porta? Então! "Bater 3 vezes na mesa" significa nada mais nada menos do que dar estes mesmos cascudos!

Meus queridos, me desculpem, mas hoje eu estou super cansada e com um pouco de dor de cabeça, então vou parando por aqui. Eu só não queria ficar mais um dia sem postar. Vou me despedir com uma palavra própria. Por falar em despedida, Tschüß é a forma que todo mundo conhece e a que eu menos escuto. As mais utilizadas são "Tchau" (alemão fala meio cantado. Ex: tchá-áu) e o Pfiat'di, que significa "Deus te abençoe".

Bom final de semana para vocês!

Estou desejando um bom final de semana, mas amanhã terá post! Mais provável à noite, quando eu voltar da loja dos meus amigos! (ou à tarde para quem estiver no Brasil!). E sem dor de cabeça! Pfiat'mi! Tá, gente. Este último aí eu inventei, só pedi para Deus me abençoar mesmo!

Agora eu vou dormir! Beijos e *Pfiat'euch!




*Este existe e significa "Deus abençoe vocês"! Também já vi escrito Pfiat'eich, mas penso que é pela pronúncia. Explicando rapidamente, o "ei" no alemão se diz "ai". A despedida é Pfiat'euch e no dia-a-dia sai mais um Pfiat'aich. Como o "ai" é a pronúncia do "ei", fica um "Pfiat'eich". Tentei facilitar e compliquei muito? Sorry! Só mais uma curiosidadezinha? Os alemães também falam "Sorry"!

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