sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Este final de semana é o último da Oktoberfest. Eu fui só no final de semana da abertura (há 2 semanas) e não fui mais. Eu não sei quanto a vocês, mas eu não gosto de lugar insuportavelmente cheio. Aliás, a segunda semana de festa é a pior: é a semana dos italianos. TODOS viajam até a Alemanha para a festa. O que eu digo para quem sai do Brasil exclusivamente para vir à Oktoberfest? Não faça isso!! Acreditem: não vale a pena. Claro que se você vem para uma viagem de, sei lá, duas, três semanas e finaliza com a Oktober, é super válido. Só não venha exclusivamente para a festa.

A Stimmung - me fugiu a palavra em português, mas é no sentido de energia, "vibe" do lugar - é super legal, mas é MUITO cheio. Para vocês terem uma ideia, parecia boiada. Sem exagero. Sabem quando o fazendeiro abre a porteira e os animais vão andando sendo levados pelos outros, de tanto animal junto que tem? Eu fui andando neste ritmo. Gente, é absurdo! Você não anda, você é levado pela multidão. E outra: eu queria ir para o lado direito. Eu tive que ir andando para a frente e ir virando para a direita passo por passo. Agora vocês veem o meu desespero? Não acredita? Está aí a prova:

A minha vista de frente:



A vista de trás:


Engoliu seco, né? Daí você pensa: "tá, mas aí é só procurar um lugar, se sentar, cantar a música "Ein Prosit" enquanto bebe uma cerveja e TÁ LINDO!!" Ok. Que lugar pra sentar? Se você encontrar, reserva uma cadeira pra mim! Parece que as pessoas reservam a mesa com 200 anos de antecedência. E detalhe: nossos amigos alemães disseram que ou você reserva e paga, óbvio, uma mesa para 8 pessoas ou não tem nada para você. Eu e Schatz somos dois. Ok. Temos que reservar uma mesa para 8 pessoas mesmo assim. E nós dois só faremos parte de um grupo indo para a Oktoberfest quando nossos amigos e familiares vierem nos visitar. Alemão não vai à festa. Claro que os mais jovens vão, mas nossos amigos de 30 e poucos choram só de escutar um convite para ir para München nesta época. Ah, e eles também nos disseram que para conseguirmos uma mesa é melhor falarmos que somos brasileiros e moramos no Brasil. Para gringo que não mora aqui é mais fácil.

E para os lindos que, assim como eu, não reservaram uma mesa? Bom, o horário de início é às 11 da manhã e vai até 22 horas. Boa sorte nas horas de caminhada! Chegamos às 11 para ver o o'zapft (é vídeo. Para quem preferir ver foto, clique aqui) que é o ato que marca o início da festa. Funciona assim: o prefeito da cidade tem um porrete(?) e ele tem que bater na "torneira" e fazer ela se encaixar no barril. O ideal é que seja de primeira, mas só teve um prefeito que acertou de primeira. O normal, como foi nesta Oktober, é acertar de segunda. Se errar as duas primeiras, já fica feio pro prefeito! Eles até treinam algumas semanas antes da festa! Bom, chegar na hora para ver é uma coisa. Conseguir é outra. Não achamos o lugar e não conseguimos ver. Depois de algumas horas caminhando, bateu aquela fome. Fomos a um restaurantezinho lá perto que, aliás, faz um "after" e foi lá que conseguimos um lugar para almoçar. Todos os outros lugares estavam lo-ta-dos e lá tinha duas mesas livres. As últimas do estabelecimento, mas tinha. E uma era nossa! Comemos super bem, estava tudo uma delícia, por incrível que pareça o atendimento é bem rápido e lá também cantaram a música Ein Prosit. Eu A-D-O-R-O cantá-la! Acho super clima de Oktoberfest balançar o copo de 1 Litro de cerveja (tem copo pequeno também! De 500 ml, é claro! Menos que isso, não tem!) para um lado e para outro cantando esta música. Aliás, cantem comigo:




Para quem se interessar, a letra é: "Ein Prosit, ein Prosit der Gemütlichkeit! Ein Prosit, ein Prosit der Gemütlichkeit". Imensa, não? A tradução é: Um brinde, um brinde ao agradável. Um brinde, um brinde ao agradável. Podem rir, mas é verdade. Gemütlichkeit significa algo confortável, aconchegante, agradável.

Ah, cuidado: para brindar em um restaurante ou em casa, se diz "Prost", quando for cerveja ou "Zum Wohl", quando for vinho. O brinde aqui é ao bem-estar (significado de Wohl). Prosit não está errado, mas eu nunca escutei fora da música.

Agora dê o replay na música porque hoje é sexta com feriado alemão na segunda! Temos muito o que festejar!


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tem algo para dizer sobre ovo de galinha? Para uma brasileira na Alemanha, sim. A primeira vez que vi ovos aqui, logo estranhei: tem um código escrito em cada um. Infelizmente, não sei o significado certinho de cada número para falar para vocês, mas sei que o código contém todas as informações da origem deste ovo, como, por exemplo, como é a alimentação da galinha (se ela é criada solta, em gaiola ou se ela é criada com produtos orgânicos), o país de procedência e - pasmem - até quem é o produtor. Eu tentei tirar uma foto para vocês, mas confesso que não ficou das melhores..



Dá para ver só o "DE", né? É a sigla do país de origem. No caso, Alemanha(Deutschland).

Quando você estiver por aqui e vir em algum supermercado ovos pintados de vermelho, azul, verde ou qualquer outra cor, é normal e significa que eles já estão cozidos. Eu comi pela primeira vez na casa da avó do Schatz. Eu acho um pouco estranho só pelo fato de ser frio. O gosto é igual, mas como ele já está cozido e na prateleira, não tem como esperar que esteja quentinho também.. Não é ruim, mas eu prefiro recém-saído da panela ou da máquina de cozinhar ovos. Aliás, esta máquina é uma belezinha!! Vem com um copinho com as seguintes marcações: ovo mole, médio ou duro. Aí você acrescenta água até o nível que você prefere e coloca na máquina. Depois é só esperar o barulho avisando que teu ovo cozido está pronto e do jeitinho que você gosta!

Ah, antes que eu me esqueça, eu também tirei foto do ovo cozido colorido e também não ficou boa (Sorry!) porque eu tirei a foto dentro do supermercado e - mais uma confissão - fiquei com vergonha de alguém ver. Eu sei que é bobeira, mas eu fiquei! Alemão não tem papas na língua e depois do que eu passei com o vizinho, fiquei traumatizada, eu acho. :P



Nada a ver com ovo, mas me lembrei de outra coisa que alemão adora: manteiga (não é margarina, é manteiga!) Eles pegam o pão, passam manteiga e depois colocam geleia por cima da manteiga! Nunca comi porque eu não sou muito fã de manteiga nem margarina, então não sei dizer se é bom, mas sempre me pergunto qual sabor deve prevalecer. Sim, porque geleia e manteiga têm sabor expressivo... Bom, se um dia eu experimentar, posto para vocês a minha opinião.

Hoje o post será curtinho porque meu cunhado volta ao Brasil amanhã e ainda temos algumas coisas a fazer. Ah, quem estiver em São Paulo e vir um rapaz (provavelmente o único do aeroporto inteiro) desembarcando vestido com a roupa típica alemã, é ele! Ele não é doido, gente! É que a despedida de hoje será na Oktoberfest e ele vai direto pro aeroporto. Coragem! Me dá sono só de pensar em emendar festa com voo de 47635638274 horas. Mas isso sou eu, uma menina de 24 anos com pique de uma senhora animada de 90 anos.

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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Já tem algum tempo que eu gostaria de escrever sobre os costumes alemães. O primeiro que eu vi e achei meio difícil de engolir - aliás, o verbo engolir e este costume têm tudo a ver (creeeeeeeedo!!!) - é o de assoar o nariz no lencinho. Explicando melhor, é falta de educação fungar na Alemanha. E eles olham mesmo para ver quem é o sem noção que está fungando no trem ou até à mesa do restaurante. O educado é pegar o teu lencinho do bolso, assoar quantas vezes forem necessárias (no mesmo lencinho!) e guardar novamente no bolso. Ah, e não precisa ir até o banheiro fazer isso não! Pode fazer enquanto conversa, sentado à mesa, que você será visto como um(a) Lord/Lady. Ai, gente, eu não sou fina. Não curto assoar o nariz na frente de todo mundo e muito menos no mesmo lencinho. Me dá pavor só de pensar. E quando estiver gripado? Cadê espaço sem catota(meleca, gente!)? Não dá! "Mas, Letícia, como você faz, criatura?" Vou ao banheiro, oras. Ato de pura finesse ou não?

Outro costume aqui - agoniante para algumas pessoas - é só atravessar no sinal de trânsito quando ele fica verde. Tá, normal e seguro quando a rua é movimentada. Mas foquem na história-relâmpago: você está lá, parado numa rua que não tem nada: o último carro que passou foi há meia hora e o sinal tá vermelho. Alemão vai ficar paradinho lá, esperando o sinal abrir. Gente, não sei se são todos os brasileiros ou só eu mesmo, mas juro: minha perna iria quase que involuntariamente andar para atravessar a rua com o sinal fechado mesmo! Não tem carro! Pode atravessar sem precisar correr e ainda dá tempo de fazer uma sessão de Yoga no meio da rua(oi?)! Estou muito errada em atravessar?

Os alemães, cheios de regras como eles são, têm uma até para cumprimentar as pessoas, dá para acreditar? As primeiras a serem cumprimentadas são as mulheres e, logo após, os homens. Entre as mulheres, a primeira a ser cumprimentada é a mais velha e seguem cumprimentando por ordem de idade. Depois da mulher mais nova, é a vez do homem mais velho e termina no homem mais novo. Quando for em uma empresa, a sequência é pelo cargo - mas ainda assim começam pelas mulheres. Anteontem eu e Schatz fomos ao italiano (vamos ao mesmo restaurante uma ou duas vezes por semana) jantar com um colega do trabalho dele chamado Albert. Depois do jantar, eles conversaram um pouco e quando foram se despedir, seria mais fácil se despedir do maridão e depois se despedir de mim, mas ele seguiu a regra mesmo com a mão do meu marido esticada. Sim, ele deixou meu marido no vácuo para se despedir de mim primeiro, já que eu era mulher e tenho prioridade. Sabe o quê? Esta regra seria útil em bancos, né não? Vou dar a ideia e ser expulsa da cidade!

Já contei que ao entrar na casa de alguém tem que tirar os sapatos? Os alemães têm Hausschuhe - sapatos de casa - para os hóspedes. São tipo pantufinhas, só para ficar em casa. Eles fazem isso porque a rua é suja e tal e se entrar em casa com o sapato que você usou na rua, pisando em frutinhas e bichinhos, você vai sujar a casa mais rápido. Até entendo porque aqui não tem empregada (quando tem é muito caro!), mas daí para "obrigar" um hóspede a tirar os sapatos, é exagero, né? Eu peguei o costume de tirar os meus quando eu entro em casa e os amigos que vieram aqui acabaram tirando também, mas por livre e espontânea vontade (espero!).

Bom, são esses os costumes que eu me lembro agora. Caso eu me lembre ou veja mais algum, vou postando aqui!

Curtam o final de semana e, para quem está vindo para a Alemanha, ainda está rolando Oktoberfest!

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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Em Piding, uma cidade próxima daqui de casa - 10 minutos de trem -, tem um outlet da Adiddas. Confesso que não sou muuuito dessas pessoas que viajam para comprar mil coisas (exceto eletrônicos nos EUA, porque ninguém é de ferro). Eu gosto da viagem em si, mas um outlet sempre tem aquele charme, aquele cheirinho de desconto no ar. Fui lá conhecer. Assim que entrei, me deu vontade de dar meia volta: estava LO-TA-DO e eu também não sou muito chegada em lugares cheios (sou chata?).

Enquanto eu estava lutando para encontrar um espaço para chegar nas roupas de academia, olho para o lado e vejo uma mulher experimentando uma calça. Gente, não sei se deu para visualizar o que eu estou tentando escrever - e ao mesmo tempo, apagar da mente - a mulher não estava colocando por cima da roupa que ela estava não! Ela estava se trocando. Sim, tirando a calça que ela estava, ficando de calcinha e experimentando a da loja. Assim, normal. Ela tinha uns 40 e poucos anos, acompanhada do marido e todo mundo estava achando lindo. Acho que eu era a única que estava com o queixo no chão. E tinha provador na loja! Só não sabia que era enfeite! Eu já vi isso acontecer algumas outras vezes, mas não vou generalizar porque não é toda vez que isso acontece. Pensando bem, só em lugares cheios. O que é pior ainda para a mulher, não?

Conversei com meu cunhado (se meu marido detesta loja, shopping e afins, eu é que não vou contar o que acontece por lá!) e ele disse que é normal por aqui. Ele é veterinário e trabalha em uma clínica com várias mulheres. No final do expediente, elas vão conversando e trocando de roupa perto dele, tranquilo. Bom, se vocês não estiverem tão espantadas como eu, me desculpem, mas na minha época isso era motivo para muito espanto!

Se bem que quando eu cheguei aqui também fiquei chocada com as mulheres de saia andando de bicicleta. Gente, que desconfortável!! Não era para ser um momento de lazer? Por que andar de bicicleta preocupada se vai mostrar a calcinha na frente? Já basta a preocupação com o cofrinho, estou certa? Tá que elas não parecem nem um pouco preocupadas com isso, mas... Bom, eu ficaria.

Um belo dia, me cansei de olhar para as mulheres - como toda hetero faria - e fui analisar o comportamento dos homens com este fato para criar uma estatística e mandar os dados pro IBGE e pasmem: ninguém olha. Se olhar, eu digo com toda a certeza: é gringo! Eu sou apaixonada pelo Brasil, mas tenho que dar o braço a torcer: alguns brasileiros já teriam tentado tirar foto para colocar no álbum "gatas da europa" no facebook/orkut.

A privacidade e a liberdade que as europeias têm de serem o que quiser, é fantástica! Eu vejo muitas mulheres com piercing no dente. Nas primeiras vezes, eu vi que tinha um piercing no dente, ficava tentando disfarçar para olhar mais uma vez e mais uma e mais uma... Ridículo, não? Eu sei que é, mas era(!) algo inevitável.

Depois de muito queixo caído por ver as mulheres de saia andando de bicicleta ou por vê-las se trocando na frente de todo mundo, só penso em uma coisa:

Ah, que delícia que deve ser viver a vida inteira com a certeza de que sua privacidade vai ser respeitada a qualquer custo!

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Começo com uma frase bombástica: que saudade que eu tenho de não separar lixo! Gente, eu me importo com o meio ambiente, mas sem hipocrisia: separar TODOS os lixos é um saco.

Aqui temos que jogar resto de comida em um lixo com uma cor acinzentada, papel temos que jogar no lixo azul, plásticos no lixo amarelo e sem contar que temos que separar garrafas de vidro das de plástico. E quando você compra pilhas, por exemplo? Que a parte de trás é papel e a da frente é plástico? Pode jogar tudo no mesmo lixo? Não! Você tem que destacar um do outro e jogar fora cada um no lugar certo.

Temos que separar garrafas de vidro das de plástico porque toda embalagem de coca-cola ou qualquer outra bebida que você compra, paga-se no mínimo 15 cents a mais (depende do tamanho da garrafa) devido ao Pfand (algo parecido com imposto) e quando ela estiver vazia, você pode pegar o Pfand de volta em qualquer mercado. Caso você tenha mais de uma garrafa, a quantia é somada e se você tiver costume de fazer compras em um mesmo lugar, é só apresentar o papelzinho com a quantia total escrita (tem uma máquina onde você coloca as PETs e pelo código de barras, ela sabe quanto de Pfand deve te devolver) e esta quantia será descontada no valor final das compras. Por este motivo, não é raro chegar em um supermercado e vir alemão tirando do carro muitas e muitas garrafas PET que foram cuidadosamente(?) acumuladas em casa para aumentar o desconto da compra do mês.

Outra coisa que não é rara - eu quase morro do coração quando vejo - são velhinhos procurando dentro dos lixos destinados aos plásticos, garrafas que foram jogadas fora pelos turistas. Gente, eles não procuram só por cima não! Enfiam a mão dentro do lixo, reviram tudo! Eu acho isso bi-zar-ro. E para você que acha que só os moradores de rua fazem isso, uma foto para provar que estão errados.

E as de vidro que são separadas por cores (vidro banco, marrom e verde)? Que tal?


Bate fadiga só de pensar! E para quem acha que é só juntar todos os lixos e sair de casa só uma vez porque é um ao lado do outro, só digo isto: admiro teu otismismo. A realidade é que o de vidros é de um lado, o de PET é dentro dos mercados e lojinhas e o de papel, plásticos e alimentos é debaixo do bloco (urfa!).

Uma última peculiaridade: as caixas de papéis devem ser desmontadas pra jogar fora. Sabe a caixa vazia de sucrilhos? Tem que abrir ela toda nas laterais para deixar ela "pequena". Um senhor aqui do prédio quase me matou porque me pegou jogando uma caixa no lixo sem deixar ela "pequena". Aliás, foi neste dia que eu aprendi e nunca me esquecerei para não ter que escutar puxão de orelha de alemão novamente. Ah, e ele saiu enquanto eu desmontava a caixa, mas quando eu subi, eu vi pela janela o mesmo senhor olhando o lixo para ver se eu tinha feito certo. Vizinhança agradabilíiiiiiiiiiissima-NOT. Brinks! Este foi o único probleminha que eu tive por aqui!


Agora me respondam: tenho razão em achar um saco ou não?

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Este é o meu primeiro setembro morando aqui na Alemanha. E daí? E daí que é o mês da Oktoberfest!! Sim, é em setembro. De "Oktober" só tem os últimos dias de festa. A de Munique começará dia 17 agora e terminará dia 3 de outubro. Estarei lá e conto para vocês como é, mas adianto que já tive uma prévia. Em Rosenheim, uma cidade entre Munique e Ainring(onde eu moro), teve o que é conhecido como a segunda Oktoberfest da Alemanha. Fui com a minha dirndl e com o sapatinho típico também. Depois de um tempo, meu calcanhar estava na carne viva, juro para vocês. Eu estava sem band-aid, sem bolsa, sem lenço e sem documento. Chegou uma hora em que eu não conseguia dar um passo. O que eu fiz? Não pensei duas vezes: fui aos primeiros socorros! (alguém aí discorda que era emergência?) Meu cunhado já se distanciou dizendo que não me conhecia. A moça foi super simpática - aliás, até hoje não sei o motivo dos alemães terem fama de frios - e me perguntou se o sapato era novo. Respondi que sim, que era a primeira vez que usava e sorrimos. Ao sair da "cabana" dos primeiros socorros com o meu dois band-aid gigantes no meu calcanhar , olhei para o Schatz e para o meu cunhado e disse: "Podemos ir. Minha cirurgia foi um sucesso." Eles riram e continuamos a andar.

Gente, a festa é completamente diferente do que eu imaginava!! A Oktoberfest é bem familiar: vão crianças também. Mas o que eu não imaginava era que eles colocam brinquedos de parque de diversões, sabe? Não tem montanha-russa, mas aquelas tendas de matar patinho com espingarda, aquele martelão que os homens levantam e batem em um "botão" para medirem a força... Neste último brinquedo, tinha nome nas alturas e uma delas era "altura de mulher", no sentido de que se o marcador parasse ali, o cara teria força de mulher. E um cara não conseguiu ultrapassar esta altura! Passou vergonha, coitado!

Outra coisa muito engraçada é que tem uns *chocolates (grandes!) com escritas dentro. Por exemplo, este aqui, que significa "eu te amo". Vocês repararam que tem uma alça? É para pendurar no pescoço. O namorado acha que é o romântico-conquistador-maravilhoso-criativo e te presenteia com essa belezinha para pendurar no pescoço e andar no evento. Pode morrer de rir agora ou só depois?

No dia seguinte encontramos nossos amigos aqui e contamos sobre a festa - eles não foram porque não gostam de lugares muito cheios - e contei sobre meu calcanhar e tal e fiz a piadinha da cirurgia de novo. Sou dessas que repetem piada: se foi engraçadinha entre os brasileiros, por que não seria entre os alemães? Pois é, não foi. A reação deles? Clique e ouça você mesmo.

Os alemães não são frios, mas que são ruinzinhos de piada, aí não tem como negar. Não que a minha piada tivesse sido de rolar no chão de tanto rir, mas já tive outras experiências e já li sobre isso também no blog do Felipe.

Só tenho a dizer que adorei a Oktober de Rosenheim. Agora é só esperar ansiosamente pela Oktoberfest original!


*Atualização dia 14.09 Errei, gente! Não é chocolate e sim, pão de mel!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Nos dias frios, como ontem e hoje, eu gosto de acordar, tomar um chá bem quente e comer pão com Nutella ou um dois Hanutas (esta maravilha aqui ó). Ahhhhh, como eu adoro! Já mencionei que sou uma pessoa completamente do dia, né? Não gosto de dormir muuuito tarde, nem de sair para boate... Na verdade, me dá sono só de imaginar. Se você não sabia, veja aqui na curiosidade número 5.

Acordo sempre às 7:30 da manhã e faço meu chá. Esses dias fiz a mesma coisa e liguei a televisão. Vocês acreditam que passa novela às 8 da manhã? E outra às 9. Quem assiste novela pela manhã além de mim? Mas eu tenho uma desculpa plausível: assisto para escutar um pouco de alemão, já que eu fico praticamente o dia inteiro sozinha, portanto, sem treinar a língua. Acho que é por isso que eu entendo muito mais que falo. ACHO. Minha opinião às noveleiras de plantão: as daqui são muuuito fraquinhas! Se bem que depois de "Alma Gêmea", qualquer novela fica no chinelo. Te amo, Walcyr Carrasco! Desculpem, me animei.

Agora falando da minha vida - que é quase uma novela (às vezes com um toque mexicano), esta semana aconteceu algo super legal: na minha quinta série, eu tive uma melhor amiga e permanecemos coladas até a oitava série, quando eu mudei de escola e fomos nos afastando aos poucos. Antes da minha vinda pra Alemanha, uma menina (que na época eu não tinha muito contato) me adicionou no facebook e quis marcar um jantar para nos reencontrarmos. Claro que eu fui e no horário combinado, lá estava ela com minha melhor amiga da quinta série! Foi um jantar super legal e na outra semana eu já me mudaria para a Alemanha. Achei que nos afastaríamos novamente, mas o legal é que continuamos nos falando por e-mail. Escrever isso me lembrou que na mesma época, também estudava uma menina que era filha de uma amiga da minha mãe. Nossas mães insistiam para sermos amigas, mas nossos santos não se batiam. Hoje, ela é uma das pessoas mais importantes para mim! Ela é uma das minhas 4 super-amigas (uma outra é minha irmã).

Depois de não ir com a cara de nenhuma delas no início, de reencontrar uma amiga da infância, me casar com meu professor de alemão - eu sei, gente! Eu também tenho vergonha disso, mas fazer o quê?! -, só me faz pensar uma coisa:


Ah, como eu amo essas surpresas da vida!

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Domingo eu e Schatz fizemos nosso primeiro jantar depois de casados para um casal de amigos. Adrenalina puuuuuuuuura, porque eu saí de casa sem saber fritar um ovo e agora, 3 meses depois, inventei de receber amigos em casa e fazer o jantar. Ah, mencionei que o convidado é quase um mestre-cuca? Ele fez duzentos cursos de culinária e, obviamente, sabe cozinhar. Escrever isso me fez pensar: eu e ele estávamos na adrenalina. Eu por cozinhar e ele por comer algo feito por mim. Sim, ele sabia dos meus vastos conhecimentos culinários. Da última vez que os convidamos, servi torrada com patê de atum. Agora vocês entendem o meu nível? Bom, liguei para minha mãe e pedi uma ideia de receita. Coincidentemente, ela também receberia amigos no final de semana e me falou para fazer o mesmo cardápio, que seria camarão na moranga, arroz e salada. Sábado fomos comprar os ingredientes e não tinha a quantidade que queríamos (800g) de camarão fresco. Tivemos que comprar o congelado. Olhei o camarão grande, congelado e fiquei só imaginando o quanto ele diminuiria. Preciso falar que quase chorei? Eu queria tudo tão perfeito e já começei a ficar preocupada.

Depois de comprarmos tudo, fui para casa fazer a sobremesa. Escolhi fazer uma mousse de chocolate. *Caso adrenalina parte II: Eu já tinha feito dois bolos para este casal de amigos e o mestre-cuca falou que estava (preparem-se) "incomível" de tão doce. Quando ele não gosta de algo, ele fala mesmo. E aí estava o meu medo: eu não queria ter perdido o meu final de semana para fazer tudo perfeito e escutar que estava ruim. E agora vem a explicação do título deste post: doce aqui é zero açúcar. Tá, exagerei, mas tem pouquíssimo. Tão pouco que as sobremesas ficam sem gosto (juro!). Para mim, quando falam que vai ter sobremesa eu só penso em algo com chocolate, morango, coco ou uma combinação destes ingredientes. Eu não consigo salivar com um doce de damasco, por exemplo. Oi? Fruta é fruta, sobremesa é sobremesa. Claro, uma fruta com uma calda de chocolate por cima (fondue) foi promovida - com louvor - à sobremesa.

Voltando ao jantar, fiz tudo: arroz, salada, camarão na moranga e a mousse. Marcamos para às 19 horas e eles chegaram pontualmente, é claro. Os alemães são tão pontuais, que eu juro que já me passou pela cabeça o seguinte: o horário da saída é marcado às 19h, por exemplo. Os alemães ficam prontos às 17h e ficam vendo TV - com a bolsa ao lado - até o horário de sair de casa e chegar com 5 minutos de antecedência no local combinado. Eles ficam esperando encostados à porta, olhando pro relógio e com o dedo já posicionado no interfone. E aí é só esperar a contagem regressiva. "5, 4, 3, 2, 1..." Campainha. Pronto, contei o segredo da pontualidade dos alemães.

Vou parar de segurar o ibope(oi?) do jantar e contar logo: ELES AMARAM! Gente, fiquei tãooo feliz!! Meu primeiro jantar foi um sucesso! A mulher dele elogiou muito e ele nem tanto, mas quando ele perguntou como eu fiz e falou que ia tentar fazer em casa, deixou claro que tinha gostado. E adoraram a sobremesa também! Até repetiram!! Tomara que não tenha sido sorte de principiante! haha

Obs.: Não sei se já expliquei, mas Schatz é meu marido. No Brasil é muito comum chamarmos o namorado, companheiro, marido e afins de "amor" e aqui o equivalente é "Schatz", que significa tesouro. Gosto de pensar que significa "amor", porque chamar marido de tesouro é dose, né?


Agora vou preparar o almoço. É, estou gostando desta história de cozinhar! :) E ó, fica a dica: doce aqui não é doce e nunca espere uma sobremesa ter chocolate. Frustração na certa!


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